De Trás Pra Frente




De trás pra frente
A gente segue sem notar
Que o chão é quente
Um meio avesso de se encarar
Num espelho
Ou numa lousa desenhada
Com um velho queimando
Seu longo cigarro
E um joelho
Enrugado e calejado
De tanto pedir perdão
Quem errou
Não quiz errar
Mas errou e repetiu
Quem mentiu
Não quiz falar
Como é bom fazer-se crer
Quem calou
Falou demais
Sobre a paz
E também mentiu
Pois tão víl é o se olhar
Quanto as glórias
Que já ouviu